Ao buscar no dicionário o significado da palavra “idoso” encontra-se uma definição extremamente simples: o que é velho, senil. Porém, a palavra velho, é caracterizada por uma pluralidade de significados tais como adiantado nos anos, de idade avançada, próprio da ancianidade, o que não é novo, o que possui desde muito tempo certa qualidade, antigo, antiquado e obsoleto dentre tantos significados.
Considerando a noção biológica da velhice ou da senilidade observa-se que esta começa a acontecer com o desgaste das células, ou seja, mesmo as células com um tempo menor de vida, perdem suas forças de reprodução. Com isso, ao passar do tempo, transformações ocorrem no corpo humano. Estas transformações estão carregadas de estigmas e pré-conceitos sociais e culturais.
A partir dessa premissa a pessoa pode ou não ser considerada “velha”, uma vez que, conceitualmente a velhice está associada ao tempo, o que ocasiona um relativismo entre as diferentes culturas quanto ao ser “velho”.
Portanto não é claro um conceito de velhice universal, uma vez que vários são os fatores que tornam ou não o homem “velho”, abrangendo desde o biológico, o social, o cultural e o momento histórico ao qual ele está inserido.
A cultura oriental valoriza o homem no transcorrer do tempo. Um “idoso” tem o seu papel social preservado e não é visto como um ser que nada mais tem a oferecer e sim uma pessoa cuja história de vida é um grande exemplo de experiências e ensinamentos.
Porém, a cultura ocidental, baseada em tempos “hiper-modernos”, tem uma visão oposta. O mundo ocidental a cada dia busca um prolongar cronológico do homem nesse mundo, mas a cada instante o torna “velho” mais precocemente. Num mundo ultra-capitalista, o homem deixou de ser um indivíduo merecedor de consideração e simplesmente tornou-se descartável, a cada momento. Profissionalmente um homem acima dos quarenta anos encontra a cada dia maior dificuldade em se inserir no mercado de trabalho. Esse homem é substituído rapidamente por um outro de idade cronológica inferior, pois este se predispõe a ganhar menos, a ser mais explorado. Nesse momento troca-se a experiência pelo lucro.
Dependendo da classe sócio-econômica a que pertença esse homem, por vezes é colocado em um asilo ou, de uma forma mais suave, em uma casa de repouso. Não importa o nome dado a instituição. O que realmente importa são os sentimentos, as angústias, a solidão e o exílio que muitas vezes a idade impõe socialmente.
O cenário está pronto e o nome que pode ser dado é paradoxo. A ciência com seus avanços e pesquisas prolongam a vida. A sociedade em contrapartida descarta esse homem com maior rapidez. Como bem disse o grande poeta Drummond, “e agora José?”.
A partir desse cenário torna-se fundamental um processo de profunda reflexão a respeito do “ser velho”,tanto para os que já receberam esse rótulo social, quanto para os que em breve conquistarão esse título.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
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