Uma historia chinesa conta que um rei ordenou a seus súditos que acabassem com o amor. Rapidamente um trouxe a raiva. Tentou, tentou, mas foi em vão. Outro trouxe o ódio, tentou, tentou, mas novamente foi em vão. E assim sentimentos ruins surgiam, mas nada conseguia destruir o amor. Quando o rei estava quase desistindo de seu intuito eis que surge um súdito dizendo... “eu sei como destruir o amor” e trouxe a Rotina: o amor acabou...
No dicionário a palavra rotina significa: caminho habitualmente seguido ou trilhado, pratica, uso, norma geral, praxe, hábito de fazer as coisas sempre da mesma maneira, monotonia.
Ao iniciarmos um relacionamento de paquera, sentimentos iniciais como, entusiasmo, expectativa do encontro, ansiedade, surgem naturalmente. É um momento de conquista, começamos a amar e desejamos sermos amados. No momento do encontro estamos produzidos, arrumados, perfumados, querendo mostrar o melhor de nós tanto no aspecto físico quanto no aspecto de sentimentos positivos. E assim nossa historia chega ao casamento. Passado algum tempo onde foi parar nosso entusiasmo, a expectativa do encontro, a ansiedade pela chegada do companheiro? Ele já lhe pertence. Agora não existe mais o conquistar diário. Já é “seu” companheiro. E “ele” parece ter o mesmo comportamento. Palavras carinhosas dão lugar a palavras comuns, cotidianas. Carinho dá lugar a atitudes por vezes inexpressivas. Sexo que antes não tinha hora nem lugar agora ou é escolhido o momento, ou torna-se uma obrigação. O que antes era compartilhar problemas ou dificuldades hoje é discussão por vezes acalorada. Problemas “financeiros, educação de filhos, família, trabalho, organização da casa tornam-se prioridade. Eu te “amo” parece ser uma frase distante na memória. Beijos, abraços e carinhos espontâneos dão lugar a “selinhos amistosos”. Cobranças surgem e a cada dia mais distancia entre o casal. O cenário está pronto. A rotina já está impregnada na relação. “Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode a seis horas da manha, me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã “(Chico Buarque). A rotina pode provocar desgaste da relação, dificuldade de comunicação e desentendimentos entre o casal, desafetos, desunião uma vez que acabamos por acreditar que sabemos tudo sobre ele e o que esperar, portanto, nada mais causará surpresa em seu comportamento.
Acredito que tenhamos que ter uma organização domestica um orçamento financeiro, uma acordo do casal quanto à educação dos filhos, horários que devemos cumprir, mas isso não é rotina e sim um método que cada casal encontra para organizar seus compromissos familiares, profissionais e sociais. A rotina não causa emoção, não traz entusiasmo e na maioria das vezes é o agente principal do desamor provocando até a separação do casal ou a acomodação tendo em vista parecer sem solução para a situação problema presente entre eles.
Acredito que para que a rotina não se estabeleça dessa forma o casal pode redescobrir a relação de diversas maneiras, sejam elas com atitudes, com comportamentos que promovam a quebra da mesmice diária, usando a criatividade, alimentando e nutrindo o amor que os envolvem. Estar atenta a si própria, ao companheiro e principalmente aos reflexos que essa situação promove, é fundamental uma vez que a rotina é um inimigo silencioso que quando percebida grandes desencantos já causou a relação do casal.
Momento de reflexão....
- Acreditar em um amor, com sensibilidade, paixão e entrega.
- Repensar em nossas atitudes, estimular nosso entendimento em relação ao outro.
- Lutar por aquilo que você acredita, mas baseada na sensibilidade e principalmente na ternura.
- Ter cuidado com “o outro” para que não sumam todos os nossos planos, junto com agente.
- Ter consciência que as pessoas não são iguais, mas podem ser muito “especiais”.
- Cuidar de amor exige do casal, ser o maestro da orquestra que rege a relação.
- Olhar seu companheiro sentindo “bate outra vez com esperança o meu coração”
- Perceber suas mudanças e as dele de comportamento e conversar para que juntos possam transformar a rotina estabelecida em uma relação de amor saudável.
- Namorar.. É necessário adivinhação, pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, bula ou filosofia (Drummond).
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quarta-feira, 23 de maio de 2007
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Um comentário:
Gostei muito do texto, pena que é a
pura realidade da maioria dos casais.
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